terça-feira, 14 de setembro de 2010

Concurso:Construindo a Igualdade de Gênero

Mais uma vez a escola Padre Amorim participa da VI edição do Concurso Construindo a Igualdade de Gênero.A redação selecionada foi produzida pela aluna Inária Maria Lopes do Nascimento(3º B) com orientação da professora Cícera Djanira Trajano Pinto.Fique agora de olho da vencedora. no texto

Lugar do povo é na história
Sabe-se que atualmente, as mulheres são a maioria da população brasileira. Elas estão em todos os lugares e desempenham variados papéis na sociedade. Como os homens, não poderiam ser diferentes, trabalham no campo ou nas fábricas, nas escolas nos hospitais, em escritórios e órgãos públicos, são comerciantes ou industriais, empregadas ou empresárias.
Além disso, dentro de casa, são esposas e mães, assumindo muitas vezes uma parte maior na responsabilidade de orientação dos filhos. Como dizem, ser mãe é ter dupla jornada de trabalho: dentro e fora do lar.
Apesar de ser importantíssimo, hoje, o papel desempenhado pelas mulheres, raramente é reconhecido pelo que realmente vale. No lar, por exemplo, nem todos os esposos dividem as responsabilidades da casa. Fora do lar, nem sempre o trabalho feminino é remunerado da mesma forma que o masculino. Uma coisa é certa: homens e mulheres ocupam posições diferentes na nossa sociedade. E em geral, as piores posições são aquelas destinadas ao sexo feminino.
Se as mulheres lutam para se firmarem na sociedade, por que atualmente ainda recebem tratamento desigual? E desde quando, que no Brasil, começaram a aparecer problemas que afetam a liberdade feminina? Com certeza, durante toda a história da humanidade, as mulheres foram inferiores aos homens, é claro! Portanto, durante milênios, há uma desigualdade entre os sexos.
Defender a igualdade de gênero é fácil, difícil é todos participarem dessa confraternidade. Falar das mulheres e suas determinadas funções na sociedade, requer uma visão clara de como elas eram consideradas. Certamente, inferiores, impedidas de progredirem e mostrarem seu verdadeiro valor, eis a verdade do quanto o machismo ainda permanece fixado na mente de muitos homens e na das pessoas da classe dominante.
Como visto anteriormente, dá pra notar que as mulheres até hoje, não são plenamente valorizadas em nossa sociedade. Avaliar a atual situação da mulher é tarefa complicada. Exige uma reflexão em torno da posição que ocupa na sociedade e nas demais instituições trabalhistas. Diz o ditado popular: “Nós valemos pelo espaço que ocupamos.”
Analisando a real condição da mulher brasileira, observamos que subsistem imagens idealizadas, mostrando um perfil desejado pela população.
Outro exemplo que devemos ressaltar é o preconceito racial no Brasil, o qual é definido como crime de preconceito de raça ou cor. No Brasil atual, costuma-se dizer que este não existe. Aparentemente, os diferentes grupos raciais e sociais convivem no mesmo sistema de igualdade. Por isso, alguns costumam dizer que vigora em nossa sociedade certa “democracia racial”. Mas em relação aos negros, seria isso verdade? Porque sabemos e estudamos por um bom tempo, é que o negro foi obrigado a disputar a sua sobrevivência tanto social quanto cultural em uma sociedade muito antiga e bem racista, na qual todos os seus direitos à cultura, política e emprego foram desfeitos para que eles pudessem permanecer fixados nas camadas mais oprimidas, humilhantes e exploradas.
Talvez seja muito fácil imaginar como se sente uma criança negra na escola ou fora dela, quando escuta algumas pessoas falarem que o candomblé é feitiçaria, magia negra. Principalmente quando essa religião é praticada por seus pais. Sendo assim, os professores devem se preparar para explicar às crianças que no Brasil há uma diversidade cultural a qual pode ser observada e estudada através das lendas, das histórias dos índios, por exemplo. Assim, fica evidente tanto para as crianças como para toda a humanidade que não somos todos literalmente iguais, mas trazemos diferentes tradições culturais as quais precisam ser entendidas e respeitadas para que a democracia racial deixe de ser simplesmente um mito.
Em nosso país o racismo nunca é defendido abertamente, pois ninguém tem a coragem de assumir o preconceito e é essa mais uma causa que torna as pessoas negras cada vez mais excluídas, principalmente pela classe dominante que em sua maioria despertam interesse em ver essas pessoas marginalizadas para baixar os salários e deixá-las sem oportunidades de alcançar seus objetivos.
Todos nós sabemos que desde muitos anos atrás as pessoas da raça negra tornaram-se livres após a abolição da escravidão. Mas será que a luta dessas pessoas terminaram depois dessa conquista? Na verdade, não. Liberdade não quer dizer necessariamente igualdade. Livre, a população negra foi entregue a sua própria sorte. Isso quer dizer que não foram dados aos negros as mesmas oportunidades no trabalho, na educação e na política.
Para adquirir seus direitos, eles precisaram se organizar e lutar contra a discriminação e o preconceito. Até hoje, uma pequena parte dos negros tem consciência das organizações que os representam em todo o Brasil. Porém, é através da participação nos movimentos organizados lentamente que os negros caminham em direção à cidadania.
Todos os brasileiros precisam saber que o machismo, as desigualdades entre as mulheres com relação aos homens, o preconceito e o racismo brasileiro, em suas estratégias a nas suas táticas, agem sem demonstrar a sua verdadeira rigidez. E por que será que isso acontece? Porque não podemos ter democracia racial e social em um país que não se tem plena e completa democracia social, política, econômica e cultural.
Um país onde tem na sua estrutura vestígios do sistema escravista, no qual a população negra, feminina e de classe baixa é excluída da possibilidade de usufruir um padrão de vida decente. Um país no qual se ver milhões de menores abandonados, em sua maioria desassistida da realidade, desnutridas, sem educação básica, certamente caminha rumo a um futuro incerto e infeliz. Sem esquecer que mais da metade dos negros estão desempregados porque o mercado de trabalho se encontra mais competitivo do que nunca e exige um grau cada vez maior de especialização.
Isso, além de tornar o mercado mais competitivo, torna-se também um mercado de trabalho cada vez mais excludente, pois nem todos têm recursos para se especializarem em determinadas profissões. E sendo assim, muitos deles caem nas manchas das drogas, da prostituição e da exploração, constituindo um grave problema social. Tanto as mulheres brancas ou negras, pardas ou mulatas, ricas ou pobres quanto jovens ou crianças, adultos ou idosos devem ser promovidos e bem preparados para o exercício da cidadania com direitos e deveres igualitários para construir uma sociedade mais estruturada e civilizada.
Portanto, a igualdade de gênero se constrói em torno de alguns princípios fundamentais, simples em seu enunciado, difíceis na sua realização histórica: igualdade, liberdade, diversidade, solidariedade, participação e cooperação. Esses princípios, separados uns dos outros, se negam e juntos eles constroem o processo que nos levará a verdadeira democracia tão almejada.

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